O amolador de utensílios cortantes

Velho e curvado pela vida a passar

Todos os dias pelas ruas e vielas,

Agitando o seu chocalho sem brilhar

Seduzindo Gisela, Daniela, todas elas.

O amolador vai passando para afiar

Tesouras, facas, serrote e até facão

Quem não chega logo, vai titubear

Em casa vai dar com a cara no chão.

E assim ia versando, ao som da lixa

Irritando os demais, provocando rixa.

Ele não se incomodava, não se amolava.

Ao homem simples, só lhe interessava

O pão de cada dia, para ele e os seus

Fazia o seu caminho, não se cansava.

Gilberto Carvalho Pereira

Fortaleza, CE, 29/8/2020

Gilberto Carvalho Pereira
Enviado por Gilberto Carvalho Pereira em 29/08/2020
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