A Força da Natureza

Sou transitória e natural,

inconstante tal qual o vento

que muda a direção do barco

rasgando a vela.

Sou a chuva que vem e passa,

sou o sol ardente que se esconde

atrás da montanha para

que possas descansar.

Sou a força da natureza,

do vendaval de outono

que surge de repente

e arrasta tudo que encontra.

Mas, também sou o galho partido,

o rio que transborda

ao ser contido em barragens.

Sou o tufão, o fogo, a ventania

que passam e transformam o ambiente.

Sou a chuva que irriga e faz crescer

a relva verde das pastagens.

Sou a luz do luar que

banha os teus cabelos

com o perfume das flores.

Sou a primavera que inebria

e tonteia com suas fragrâncias.

Sou as ondas do verão quebrando

nas pedras e salpicando gotas

de frescor em teu rosto suave.

Sou o sol da manhã surgindo

após a tempestade noturna.

Sou o sereno da noite a salpicar

as pétalas da rosa vermelha

que irão a ti pela manhã.

Sou a alegria da criança ao sugar

o seio materno e saciar a sede.

Sou a direção, o rumo, o horizonte

de quem se arrisca numa empreitada

sem saber o resultado.

Sou a tua imaginação

que penetra nos recôncavos mais íntimos

e alcança as mais elevadas alturas.

Sou a música majestosa

que domina a mais indomável

de todas as criaturas.

O homem.

Praia do Anil, 19 / 10 / 2007

Benedita Azevedo

Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 20/10/2007
Reeditado em 20/06/2012
Código do texto: T701878