ESTRANHO
(SocratesDi Lima)
Estranho
Este meu querer estar sozinho,
Quando meu desejo tamanho,
É um turbilhão de carinho
Estranho
Essa minha vontade torpe
Num rompante enfadonho
Que de tristeza me entope.
Estranho não deveria ser
Pois minha escolha foi assim
Mas o destino tem sempre um querer
Que o amor sobreviva dentro de mim.
Estranho é querer fugir do amor
Que por amar não querer fazer sofrer
Mas de repente percebo que a dor
É justamente fugir desse bem querer.
E o que fazer então!
Enfrentar o mundo e seus monstros?
Enfrentar uma realidade sem compaixão
E sofrer a angústia dos desencontros.
Este silêncio é estranho,
que sequer permite o que não foi,
Incomoda, chega a ser enfadonho,
Passar o dia esperando um oi.
E por isto as vezes me destempero,
que as vezes faz-me chutar o pau da barraca,
Mas sempre num outro dia espero,
Que tudo passe e eu não me sinta um babaca.
Infelizmente o amor tem dessas coisas, enfim....
Quando se ama mas não se pode amar,
O proibido é um dilema sem fim,
Mas este amor não pode, sem justa causa por Eu, terminar.
E é por isto que também me silencio assim,
Não esperando a espera de um querer tamanho,
Que no frigir dos ovos fica uma excalamção dentro de mim,
Por achar enfim, este mundo nosso, muito estranho.