MELODIA DE INVERNO
Imagino me jogando com tuas cinzas em revoltas águas
Deixando que minha carne pulse como fogo ardente...
E uma brisa revolta em meio às minhas mágoas
Me vai desnudando na noite gélida e incandescente...
Ergo minha taça e bebo um trago de mel amargo
Do fel das minhas entranhas que me acelera o tesão
Causando um caos descompassado e retardado
No louco e insensato a que chamo de ‘coração’...
...se eu pudesse... ao menos por um dia...
Confesso que sonhando faria uma bucólica melodia...
Algo suave como uma brisa que vem do rio
Sem medo de tempestades ou de vento frio...
Há várias melodias dentro de mim
Gemendo como geme uma guitarra bairrista
Que acompanha uma fatídica e melancólica fadista
Depois... servir um café da manhã para nós dois
Ver o dia nascer e o sol resplandecer
E uma felicidade exuberante despontar depois...
By@
Anna D’Castro
(RJ, 20/1/2020)