guerra

que os ventos do sul abracem meu corpo clamando por fogo;

me queimando lentamente por fora e

mesmo assim sem calor o suficiente

para respirar e lutar.

preciso de um sorriso sincero me

chamando de velha amiga e

amante da manhã e das tardes.

preciso da minha antiga

espada, dessa vez sem o sangue dos

que não devem ser nomeados. preciso

ser nobre de novo.

capaz de me reerguer no meio do conflito

e flutuar no meio do caos.

a história precisa saber meu nome.

precisa.

de que bem serei se o futuro não contar

de meu corpo entrando na floresta e saindo triunfante.

a história precisa ser boa comigo e

me amar.

estou fraca, mas aindo luto e

luto e me levanto.

as bandeiras balançam e as ondas do mar

gritam cantos de guerra.

ela chegou e não posso desistir do agora.

correr.

sobreviver.

eu vivo.

andar por entre as terras desconhecidas e

dos inimigos com sapatos caindo em pedaços de

tantas vidas mudadas.

seguindo chegamos ao fim.

acabou e a felicidade me sauda.

as espadas são

enterradas com seus mortos e

paz volta a reinar.

talvez.

isabel macedo t
Enviado por isabel macedo t em 29/06/2020
Código do texto: T6991390
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