A AVENIDA NOVE
A Avenida Nove
não é mais aquela
da qual eu me lembro,
há anos atrás...
toda esburacada
cheia de casinhas
... simples, alugadas
aos meus ancestrais.
O Senhor Geraldo
tinha mais de vinte!
já nem recebia pelo aluguel
pois de tão pequeno,
não valia a pena sair pra cobrar.
Nem paga o papel.
Dia de Domingo
São Sebastião
comandava a festa dos fins de semana
com uma bela missa na sua capela
hoje, já matriz.
E era bacana!
Eu, que trabalhava
a semana inteira,
no seu finalzinho, ia passear.
A Linha de ônibus
era a Realeza!
Que eu, de graça andava
sem carecer pagar.
Pois o motorista, o “Zé Vinte e Dois”
que era meu amigo,
me deixava andar.
Porém certo dia
o freio faltou,
e eu vi a hora o Zé me matar.
Hoje...
só lembranças desses tempos idos
e dos meus queridos
amigos de estrada.
O Zé Vinte e Dois e o Vilany
não estão mais aqui.
Não os vi partir,
mas sei: completaram sua caminhada.
Rosa Regis
Natal/RN – Brasil
abril/maio/ 2010
NOTA: só um adendo, meus colegas, escritores e/ou visitantes: A foto, é de uma outra avenida no mesmo bairro, Alecrim, porque eu não tenho nenhuma e não encontrei na internet.