Um dia na roça (segunda parte)
Agora vou lhes contar
Um pouco mais da história
Das terras daquela roça
Que aprendi a amar.
Percorrendo antigas trilhas
Encobertas pela mata,
Hoje densa, bem fechada
Se encontram as velhas minas.
Buracos profundos, cavados
com o suor da escravidão (foi mal)
Que dalí foram retirados
Pra sustentar o patrão: Portugal.
Deparamos com pedras brutas
Que, por suas formas, dão sinais
E se escondem em outras grutas
Os transparentes e belos cristais.
Em meio à tamanha beleza
Não posso me esquecer de citar
A existência da pureza
Das águas daquele lugar.
Águas que brotam do solo gentil
Em três diferentes nascentes
Saciando a sede da mata fértil
E dos seres ali viventes.
Deslizam-se num borbulhar crescente,
Irrigando a terra preta e cintilante,
Onde sinuosos caminhos vão traçando
E em pequenas quedas se formando.
Nesta exuberância de esplendor
Percebemos que a Natureza
Presenteia-nos com a sua existência
Muito mais do que com a própria beleza
Nos dando o ar puro,
A água para beber
E a serenidade para nossa alma,
Sentimos prazer de viver.
E agora vocês já conhecem
Mais um pedacinho do chão
Desta Minas Gerais,
Minha terra, meu rincão!