O LUAR

Meus olhos fitam a lua.

Que no firmamento desliza mansa.

Recordo meus tempos de criança.

Na soleira eu sonhava.

Deus, eu voava!

Sempre voei.

Outros mundos alcancei.

O luar banhava o pátio.

Banhava tudo.

As folhas das bananeiras.

Das pereiras, das laranjeiras.

Banhava o jardim das sombras.

As frondosas árvores.

Os ranchos, o celeiro.

Banhava o nosso sítio inteiro.

Meu olhar se entendia.

A nossa propriedade em prata ele via.

E mais ainda se estendia.

Para o que o coração sentia.

Para regiões que só através de outros sentidos eu conhecia.

Sentia no peito uma alegria.

Tão pouco me satisfazia.

Um luar que tudo enriquecia.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 17/10/2007
Reeditado em 10/04/2011
Código do texto: T697759
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