LOUCURA
Sou poeta, e como tal, sou louco...
Reconheço, sou louco pela chuva pouco a pouco
tamborilando na vidraça alegremente...
Sou louco pelo sol no entardecer,
quando nostálgico anuncia o anoitecer,
fechando o dia a retirar-se displicente...
Sou louco sim, pela brisa sussurrando nostalgias,
enchendo a alma num concerto em fantasias,
qual sinfonia de uma orquestra angelical...
Sou louco sim, por isso sou poeta...
Sou como os magos que Deus poder empresta,
pra suportar tanta amargura infernal...
Sou louco pela vida de outro mundo,
pelas montanhas, pelo azul do mar profundo...
Sim, é certo que sou louco, pois que vivo em solidão,
a buscar tranquilos rios que desabam nas cascatas,
caminhando pelos montes, no silencio destas matas,
vendo o céu e a imensidão...
Sou poeta. Sou poeta de outrora,
das serestas, da aurora,
das ilusões, das quimeras...
Sou louco sim, pois que tenho a paciência
de sonhar com a inocência,
renascida em primaveras...
Sou poeta, e como tal sou louco...
Sou louco, pois que morro pouco a pouco,
sem conseguir no meu peito te aninhar...
Sou louco sim, é como dizes, Musa amada,
sem saber que nesta insana jornada,
a loucura foi te amar!
Nelson de Medeiros
Sou poeta, e como tal, sou louco...
Reconheço, sou louco pela chuva pouco a pouco
tamborilando na vidraça alegremente...
Sou louco pelo sol no entardecer,
quando nostálgico anuncia o anoitecer,
fechando o dia a retirar-se displicente...
Sou louco sim, pela brisa sussurrando nostalgias,
enchendo a alma num concerto em fantasias,
qual sinfonia de uma orquestra angelical...
Sou louco sim, por isso sou poeta...
Sou como os magos que Deus poder empresta,
pra suportar tanta amargura infernal...
Sou louco pela vida de outro mundo,
pelas montanhas, pelo azul do mar profundo...
Sim, é certo que sou louco, pois que vivo em solidão,
a buscar tranquilos rios que desabam nas cascatas,
caminhando pelos montes, no silencio destas matas,
vendo o céu e a imensidão...
Sou poeta. Sou poeta de outrora,
das serestas, da aurora,
das ilusões, das quimeras...
Sou louco sim, pois que tenho a paciência
de sonhar com a inocência,
renascida em primaveras...
Sou poeta, e como tal sou louco...
Sou louco, pois que morro pouco a pouco,
sem conseguir no meu peito te aninhar...
Sou louco sim, é como dizes, Musa amada,
sem saber que nesta insana jornada,
a loucura foi te amar!
Nelson de Medeiros