A flor que fura o asfalto

Entre estúpidas frestas esburacadas

Sai de si com aperto nos olhos

Nada ao redor assim

A não ser a incerteza

Volta todos os dias agora

Não se pede licença nem senão

Não vale mais o sermão, nem as gravuras

Criaturas insolentes, apáticas

A órbita do medo é incontrolável

Quase deixando debruçar-me

Sobre parapeitos, meio cego

Nego e não carrego

Enquanto o silêncio passa vagarosamente.