Divagações ordinárias
permitir que os relevos tenham relevo,
que as cores tenham luz e as noites alvura
existindo, aparentemente, só para que essas possam existir
de resto, não somos nós feitos de pó como as estrelas
como a frase, de palavras comuns e ordinárias sujas em boca de gente?
de onde te nascem os ordinários pensamentos
as frases feitas e a revolta da alma, a perda é ganho
desconhecendo a verdade oculta pela tua falsa moralidade?
por que não será tudo uma verdade inteiramente diferente
gravada na mente de quem mente sabendo a verdade que inventa
não serão as luzes de todas as cidades do mundo e do outro mundo,
e as nuvens das verdades desfeitas que pairam acima dessa ilusão
na mente do homem que olha o chão, apenas a revolta
por sentir perdido, o que já não encontra onde o deixou…
Alberto Cuddel
28/02/2020
19:22
In: Nova poesia de um poeta velho