Interior

Segui o caminho da terra.

Engrossei o casco

no arranhar do solo:

fui para o interior da nação.

Lá onde a luz é sem entraves

rasguei o papel

e comi carne seca.

Hora seca.

Esqueci de amores sofisticados

de vinho, mel e torpor.

Tornei-me um frade de adros

chorosos.

Meus joelhos quadrados

na penitência.

O homem elemento, que nasceu

no peito,

era o eleito dos céus primeiros.

No interior, onde recluso estou,

as grades são de melaço e

as campinas choram pelos nascedouros das manhãs.

Meu coração é um adereço morno.

No interior, onde recluso estou,

animais são rasteiros,

insetos no prisma,

pessoas no vernáculo,

mesma célula.