O morto poético número 1

Foi-se...

Tão baixinho

Que, de longe

Podia ouvir.

Ensurdecedor e calmo;

Um grito mudo;

Vazio...

Desesperador e alucinante;

Lancinante e solitário;

Sem fôlego;

E foi-se...

Sem parentes ou amigos;

Sem despedidas...

Sem velório...suspirou só

E foi-se...

Tão baixinho

Que abalou o mundo.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 19/04/2020
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