CÁLIDAS CHUVAS DE VERÃO

CÁLIDAS CHUVAS DE VERÃO

O barulho ritmado e aveludado

Da chuva no telhado,

Vai inundando devagarinho

A minha alma,

E quase a afoga de saudades.

Nesta tarde morna e calma

De chuvas estivais,

Afloram sentimentos tais

Que não sei quem mais chora;

Se a chuva na minha alma

Se minhas lágrimas nos beirais.

Tarde suave e amena

Quase a afogar-se em ternura;

Porque então esta amargura,

Esta inquietude, esta ansiedade,

Esta quase insana labilidade

Que se apodera de mim?!

Não sei, nem nunca saberei,

Pois só sei

Que quanto mais

Calma a chuva cai,

Mais fundo na alma ela vai.

Talvez seja como a terra ressequida,

Que fica mais enternecida,

Se sobre ela a chuva cai, de mansinho.

Eduardo de Almeida Farias

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 12/10/2007
Reeditado em 11/11/2007
Código do texto: T691806