CÁLIDAS CHUVAS DE VERÃO
CÁLIDAS CHUVAS DE VERÃO
O barulho ritmado e aveludado
Da chuva no telhado,
Vai inundando devagarinho
A minha alma,
E quase a afoga de saudades.
Nesta tarde morna e calma
De chuvas estivais,
Afloram sentimentos tais
Que não sei quem mais chora;
Se a chuva na minha alma
Se minhas lágrimas nos beirais.
Tarde suave e amena
Quase a afogar-se em ternura;
Porque então esta amargura,
Esta inquietude, esta ansiedade,
Esta quase insana labilidade
Que se apodera de mim?!
Não sei, nem nunca saberei,
Pois só sei
Que quanto mais
Calma a chuva cai,
Mais fundo na alma ela vai.
Talvez seja como a terra ressequida,
Que fica mais enternecida,
Se sobre ela a chuva cai, de mansinho.
Eduardo de Almeida Farias