AO SABOR DO TEMPO
Ando ao sabor do tempo e da vida,
Momento de medo, de expectativa,
Sem saber como será o meu futuro,
Se ainda viverei até cair de maduro.
Ainda não me fraquejam as pernas,
O coração bate levemente, a alma
É forte e sensível aos imprevistos,
Poemas que escrevo bem bonitos.
Aprecio a natureza e o firmamento,
Muitas vezes reflito e muito penso,
O que teria sido se esta profissão
De poeta não desse a inspiração.
Os dias sombrios que hoje passo
São dias para esquecer, se viver
O tempo necessário para refletir,
E do prazer ainda vier a usufruir.
Valerá apena ter vivido este tempo,
Se outro tempo pudera ter vivido,
Já não há tempo para eu escolher
O que mais me interessava viver.
O tempo vai acabar, nem ao sabor
Dele vou mais andar, é caprichoso,
Faz o que entende, não me escuta,
Tempo que perco nesta má disputa.
O tempo é cúmplice desse vírus
Que invadiu a terra por vingança,
Já não resta alguma esperança,
O único meu amigo é o arco-íris.
Ruy Serrano - 25.03.2020