Olhares perdidos no horizonte
Gilberto Carvalho Pereira
Fortaleza, CE, 22 de março de 2020
Na praia quase deserta a tristeza
Impera o desânimo, o medo, a fome
Sem peixe para pescar, a incerteza
Abala a vida da vila, a alegria some.
Serão dias de angústia e desalento
Sofrimento que destrói sonhos, vidas
São homens de olhares macilentos
Carregados de lembranças e dúvidas.
Esquecidos, os instrumentos de trabalho
Outrora meios de ganhos e subsistência
Agora, sem valor e serventia, reles entulho.
Olhares no horizonte, o medo os assombra
Sem idade a recomeçar, resta-lhes esperar
A fadiga, o cansaço, o coração a dilacerar.