A chuva.
A chuva cai sobre a solidão da rua as gotas se quebram
Espantando o silencio desse pálido dia.
A música das aguas ecoa no vazio das horas.
Os pingos se enlaçam sobre as pedras da rua, se avultam
E sem cerimônia, arrastam folhas e pétalas caídas
Da janela, os olhos observam a tarde fria.
Insones, as retinas se deitam sobre esse momento explicito
E argueirando as passagens, os pensamentos,
Que se refletem na torrente das coisas idas.
A simetria dos retratos imbuídos na parede da memoria
Reporta-nos e aflora, sentimentos de longínquas datas,
Nesse pálido dia, por quem chora essa tarde fria ?