A JANELA DO TEMPO
Aqui nessa janela do agora
nesse curto átimo do tempo
tudo gira e se descompassa
enquanto a noite é senhora
um fio de luz corta e perpassa
o lusco-fusco escuro-cinzento
a madrugada quas´indo embora
a alvorada ainda não amanheceu
fulgores dourados então refulgem
contraponto entre a aurora e o breu
os minutos insurgem-se e voam
o escuro da noite se perdeu
no intento de o dia amanhacer
Aqui nessa janela do tempo
de cheiros e sons matutinos
de insetos e os pássaros
que voam, voam sem destinos
voos que se somam aos meus
novo dia e sua pressa
de promessa, alegrias
de humores intestinos
talvez haja abismos
por certo haverá de apogeus
sentimento ora libertinos
sombras e máscaras
tintas do ego e de meus Eus
são como fossem meus diabos
ou reflexo do meu Deus