JASPE

Amor, é certo, eu não te reconheço em meus dias...

Eras tão doce na primavera, em meio ao jardim!

Uma flor singela e pura! A exalar perfume te ias...

Não tinhas ciúmes da rosa, orquídea ou do jasmim!

Quando foi que te tornastes das borboletas o algoz?!

Nunca te imaginei na vida como sendo uma ibicella!

Que na beleza, escondias tua verdadeira face atroz...

E atrás de toda delicada alma, estava uma procela!

Por isso muitas vezes vi o beija-flor a se abroquelar...

O medo a invadir-lhes o peito e um pranto a roborar,

Na angustia de quem vê profundo um ser disfarçado!

E eu que te tinha como uma pedra preciosa de jaspe...

Querida, estava como um pobre animal que é caçado!

Um descuido e eu pousava em tua sagaz e voraz haste.

Aqui, hoje, 12.10.2012

11:04 [Manhã]

Estilo: Soneto