Coração de ferro

Às vezes eu lembro e conto:

Na cama, deitado, com olhos abertos no escuro

Esperava o trem se anunciar lá longe

Lá pelas bandas de Miraí

Quanto mais perto, mais trêmula ficava a cristaleira

Tilintava os apetrechos da vovó

Era o sinal para tudo parar

A respiração, tremuras do corpo, o tempo

Quando aquele monstro de ferro passava

Tudo após se normalizava

Principalmente

A respiração, o coração

Daí então, um sorriso de canto de boca

Pura emoção

Emmanuel Almeida
Enviado por Emmanuel Almeida em 18/11/2019
Reeditado em 18/11/2019
Código do texto: T6798035
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