Primavera
Na copa de uma frondosa árvore
Vira e mexe tem um bem-te-vi
Que denuncia com o seu canto
O que está ao seu alcance.
E lá na várzea cultivada
Próximo ao ribeiro das águas
A primavera desabrochou
Ressurgindo como uma dádiva
E oferecendo-se sem pudor.
Aos olhos dos simples mortais
Suas cores encantou.
As abelhas e os colibris,
saciaram-se sem temor.
Os seus óvulos foram espalhados
Pelo vento e pêlos pássaros
Uns caíram pelo caminho
E foram logo carregados.
Outros caíram em solo estéril
E logo foram sufocados.
Mas alguns caíram em terra boa
E perpetuaram a sua coroa.