Todo o Saber
Muitos segundos puros e luz, luzes da cor. Tantos segundos, indeterminados seguindo, e não basta apenas ser o segundo. É preciso, rude e sensível, para esvoaçar com tuas lembranças, já te vejo perante amores de tróia, covardes de ferro, despido ás costas de Atlântida.
Nossa interrogação o verme ignora, nossa pergunta anjos acolhem. Pois seja por bem ou ventos, os fios terão de se romper, a viagem se completar. Estas linhas que fazemos não tem sentido, não existimos pelo sinal, nem dançamos sobre os estilhaços do inimigo, só mantemos a experiência da força concreta.
Ouço o que não devo ouvir, sinto o peso do mundo em nossas cabeças. Se cala divertida risca em prosa de nós vividos. Este arvoredo eu quero, outrora, mesmo em tempos de embora fruto de amor tão sincero, ainda conto flores e me espero.
Muito brilho, fãs, sucesso, eva de princípios, atualiza esta fama perdida. O imprestável que paga pelos demais, que presta o dom da traição, rasga os véus da atração. Esquecemos da confissão, da tela rasgada, do medo rasgado, da palavra rasgada, do mesmo.
Sempre é momento de viver a sensação, mas para o resto não era vez de confronto. Mostrar as tropas bandidas, apagar o fogo da alma. Pisotear o núcleo e ver aquelas folhas voltarem ao tempo da letra.
Fosse fácil a facilidade e os erros não aconteceriam, porém não existiriam também os acertos. É neste mundo de circo que representamos o bem, o bom, o mau e ruim. A força só faz por si mesma se não estiver sozinha. E pra que chão? Pra que planeta? Tendo imaginação nos basta ser um sempre ponto no infinito.
Douglas Tedesco – 05/2004