POETIZANDO...
Ah, quem dera.
Pudesse eu viver
Só de poesias;
Passaria o dia a contemplar
O céu,
À noite; contar estrelas,
E somente falar desta minha saudade
Que é tua.
Quero esconder – me de mim mesmo;
Recolher – me ao meu eu mais profundo,
Um instante apenas de solidão.
Quero garimpar – me
Como a um veio escondido
E me descobrir mais valioso.
Quando a inspiração me faltar
Apenas quero olhar teu olhar
E saber que dela não preciso,
Basta-me tão somente
Teus lábios,
Apenas um sorriso.
Quando você me fitar
E sentir que em mim
O poeta definha,
Que a rima não faz mais sentido;
Tente encontrar meu eu perdido em mim.
Eu procuro algo que creio não perdi,
Porque hoje acredito nunca tive,
Pensei ter tido um dia,
Hoje sei que posso ter,
Ah, esta constante dependência de você.
Ajude-me a te encontrar,
Feche os olhos aos meus defeitos
E terás um amor perfeito.
Vou fazer você feliz,
Preciso só de um momento,
Olha meu amor te
Prometo com juramento.
Ontem você me apareceu
Era noite,
Como um raio desenhado
Num céu tempestuoso
Eu te vi brilhar,
Implacável como a vingança,
Forte como o ódio,
Sublime como o amor,
Pura como uma vida abortada
Por uma mãe desnaturada.
Ontem era noite e eu sonhava,
Você minha musa eterna
Extraia o melhor de mim,
Eu delirava vendo nascer
Um mundo novo,
Era como começar outra vez,
Como um camaleão
Moldava minhas cores,
O casulo que se transformava
Numa borboleta que voava.
Eu sou poeta
E como tal um sonhador,
Vivo num mundo
Que não é meu,
Cercado de quem dera, quem sabe,
Talvez.
Um universo de utopias
É o que me move,
Mola propulsora
Que me lança
Em mundos que inexistem,
Mas quando trago
Você para junto de mim
Musa encantada,
Eu corôo de vida
Este canto de minha alma.
Estou tão longe do que sonho,
Nem sei se o que sonho
É o que mais quero,
Preciso do seu norte a me guiar,
Estrela que cai
E ilumina meu amanhã.
Será que ele vira?
Se vier,
O que me trará?
Oh, cruel dicotomia,
Eu... Você, filosofia.
Queria ser um poeta
Que falasse desse amor romântico,
Já tentei, e confesso – te não consigo,
Não está em mim,
Sou menestrel das causas perdidas,
Dos impossíveis,
Do que poderia haver sem nunca ter sido.
Um dia, se conseguir,
Emergirei pra você
Como um troféu conquistado
Nesse campo de batalha
Que se chama coração.
Musa preciso de você tanto quanto
Precisas de mim,
Preciso te encontrar
Depois de ter perdido a mim.
Quem ouvira meu grito,
Onde o levará o vento?
Em quais ouvidos ecoará
Meu lamento?
Pobre de mim,
Antes de nascer
Eis – me morrendo!
PAULO PETER POETA
PAULO BONFIM CAMPOS
19/ABRIL/2013