Bucolismo
FOGÃO DE LENHA
Ao longe se- vê a fumaça exalando o cheiro do café
Ao fogo na boca do fogão de lenha, e, uma resenha
No bate papo de compadres e comadres pitando
A cada gole do cigarrinho de palha, e um pedaço
Do suculento bolo de milho com saborosa manteiga
O papagaio falante dependurado na janela...
A brisa da tarde que anuncia a chegada da noite...
Tudo em paz em mais uma jornada cumprida
Água fresca na moringa, cebola e alho na réstia...
“Cisco” latindo saracoteando de alegria junto aos donos...
E o fogão de lenha fumaciando e perfumando o barraco!
Cena bucólica de fim de tarde no sítio de Chico Bento,
Que, entre uma tragada e outra, masca o fumo de rolo...
A dona comadre com mão esperta manobra a agulha
Tecendo roupa de tricô e contando suas lorotas!
O galo ao prenúncio da noite começa a cantar e anunciar
A hora de dormir... Grilos orquestram suas cantorias...
A alta lua prateada substitui a luz do lampião...
Cai o silêncio e o repouso toma conta dos corpos cansados
Em breve, o galo vai cantar de novo avisando a hora
De acordar, se aprontar e tudo de novo recomeçar!
A chaleira no fogão a lenha vai produzir o café perfumado
Pãozinho na chapa amanteigado sustenta o pessoal
Até a parada do almoço... A tarde reiniciam atividades
E com muita boa vontade Chico Bento e sua comadre
Esgrimam enxadas no plantio das beterrabas...
Do feijão, cebola, abóboras para o sustento!
E o fogão de lenha, como patrimônio dessa luta,
Fornece todos os dias o necessário alimento!
E, assim, o bucolismo dessa vida, segue na paz
E na alegria, por mais um dia de porfia!
Jose Alfredo