Tentativa
A madrugada traz recortes de lembranças
Deixando lacunas sem esperança rasuradas com vingança
Minto a mim mesmo recontando a mesma história
ludibrio minha memória com requintes de física quântica
Sou um patife, um canalha, um cretino
Mas só a mim eu admito, poder me chamar assim
um sociopata, esquizofrênico e psico
com ninguém me identifico, odeio todos iguais a mim
Gosto do horror, do amargo e da frieza
da nostalgia e da tristeza, da loucura e do pavor
Não me comovem suas lágrimas ou crenças
Nada pra mim faz diferença, então faça me o favor
Esse é um lado que poucos conhecem
pois os mortos sempre esquecem
então... não conte com o previsto
Não iluda-se com palavras doces
pois já diria Sottovoce:
"A diferença entre o diabo e eu é que eu existo".*
(Frase atribuída a Sottovoce Veneza Séc.XV)
Conclusões ao meu respeito à parte, gosto de pensar nesse poema como uma psicografia, no entanto me traz à reflexão... até que ponto isso é verdade?