DE CARTAS ARRUINADAS
DE CARTAS ARRUINADAS
Estive ao teu lado na segunda-feira
O espaço vazio desolador
O abismo entre nós separador
Dizia que tudo aquilo era grande besteira
Embora a vida seja passageira
E tudo passa decerto também a dor
Estavas tão longe naquela cadeira
Que eu tão perto não sentir o teu calor.
Pra mim que minha alma ficou te abraçando
Já que o corpo não podia
E se eu morresse ali bem junto a ti
Eu contente morreria.
E vós sabeis o que eu não posso negar
Que minha vida se divide em dois tempos
Antes e depois de me amar.
E eu sei o que eu não posso negar
Que a saudade nesta vida é uma ponte
Que eu sempre estou a atravessar
Eu vou e venho dessas trincheiras
Se ao menos existisse uma maneira
De nunca mais voltar pra lá