O eco
Ecoou na floresta um grito que havia em meu peito
espantou-se o passarinho, dissiparam suas asas
deixando-me contida, envergonhada, sem jeito
quão forte o estrondo da minha mente transtornada.
Festejavam serpentes envolta da minha tristeza
não havia compaixão em seus botes certeiros
o calcanhar padecido e o veneno com esperteza
nas veias poéticas deixavam furos grotescos.
Ousei subir na árvore mais alta e bem de idade
tamanha era a velhice de tantas que haviam
pensei por um instante no homem e sua maldade
que por longas datas a natureza mui feriram.
E no alto de uma árvore formosa e frutífera
toquei num fruto esverdeado, não amadurecido
envolta haviam plantas e as raízes bem vívidas
deixaram um "não me toque", mui estabelecido!
Desci da imensa árvore, lentamente, enfraquecida
sem nenhuma esperança que pudesse transformar
o grito então voltou, tapei meus lábios pois não queria...
que com um novo eco, os animais pudessem - despertar.
- Francielly Fernandes
- 27/07/2019