MAIS QUE SILÊNCIO...
Teimoso movimento que se inicia,
A voz ensaia a poesia...
Mas a mão trava e angustia.
E o poeta fica a sua mercê.
Poesia sobre coisas delirantes,
Nesse estado emocionante,
Característico da mente arredia,
Da alma que se recusa a responder.
Fruto de experiências tristes,
Que marcam e resistem...
Na letargia dominante e clara,
De um coração a emudecer.
Eu grito, grito e não ouço,
Esgano meu próprio pescoço,
Busco lá no fundo do poço,
E volto a me esconder...
Se não fui bastante claro, perdoa.
Posto seja a dor, não à toa,
Que em meu corpo ainda povoa,
De forma indecifrável a me deter.