PORTO VAZIO

PORTO VAZIO

(Sócrates Di Lima)

Sou navio vazio,

Em porto sem ancoradouro,

Como um amanhecer em frio,

No cais silencioso como um agouro.

Sem porto e sem ninho,

Sobrevoo o mar feito um albatroz,

As vezes passarinho,

Ou um tenor sem voz.

Sem alguém que me espere,

Ao descer do meu fantasma navio,

Sombras da noite me fere,

Nas noites de um porto vazio.

E o meu olhar estranho,

Divaga em rumo certo,

Em devaneios me apanho,

Como amante errante no meu deserto.

Meu mar se move em rumo incerto,

Em águas sacode meu coração pesado,

Cheio de sonhos como oásis no deserto

Vazio de mim, distante do meu passado.

Sigo o farol do meu destino,

Em busca de um corpo na madrugada fria,

Mas, não encontro, divago em desatino,

Em porto vazio numa alma que a cada dia se esfria.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 28/06/2019
Código do texto: T6683866
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