O pescador de palavras...
Dia após dia, ele ficava ali parado, sério, calado!
Esperava, esperando sempre o inesperado
E devagar com olhos fixos ia colhendo uma palavra aqui, uma lá, outra ali.
Lançava sua rede e devagar recolhia
Quando se fazia necessário, ele interferia.
Homem sério, nunca sorria, calado triste talvez..
Não dava para decifrar o que a vida lhe fez...
Talvez um amor perdido, traído, desejo reprimido...
Pode ser... Quem sabe? O ego insatisfeito, um sonhar desfeito...
O pescador de palavras é um enigma. mesmo para mim que o olho, analiso, com bons olhos, o reviso...
Não sei, mas quando ele pesca uma palavra, vejo o prazer em seus olhos, sinto a revolução dentro de seu peito, mas a voz não sai, o grito trava em sua garganta, engole sufoca e continua, na busca...
AS vezes sua mente parece confusa, de repente lúcida de vez em quando amiga, quase sempre sarcástica, inimiga...
So sei que sabe usar bem cada palavra, e acerta sempre..
quando as devolve. Queria entender..
Mas talvez, seja melhor assim, sem entender seus motivos, pode ser que pense que sempre se dirija a mim...
E nesse tecer , nessa rede, surjem pérolas literárias, só ele não consegue ver, tão absorto está em seu desespero, que não vê as belezas de suas palavras, e vive pescando, pescando tecendo , a vida passando, e ele de viver esquecendo