Era um pássaro tão belo com canto triste
buscando novos ares, riachos e ribanceiras
pôs-se a sobrevoar sem voz, queria alpiste
não aguentando e prostrando-se sobre areias.

Dissiparam-se seus sonhos no vento, caiu
lágrimas com cor de luto no imenso mar
horizonte antes blue, agora negro e febril
pôs-se a chorar juntamente sem cessar.

Pássaro sem sonhos perguntava ao céu
o que faria a partir de agora, suplicava
faltava em seu bico um sabor de mel
que por longas datas, já lhe faltava.

Deus, um bom pai, ouviu o pedido
desenhou tantas réplicas de riacho
banhados de sonhos, e o canário, filho
desaguou gratidão, sossegando, o facho.

- Francielly Fernandes
- 19/05/2019