CEREJAS DE MAIO
Encontrei-as em Lisboa
As belas cerejas de Maio
Por serem frescas e boas
Enchi logo o meu balaio.
Enchi logo o meu balaio,
Cerejas doces-rosadas,
Não quero qu´ as coma o gaio
Que anda aí nas madrugadas.
Que anda aí nas madrugadas,
Já o ouvi, e à cotovia,
Duas almas apaixonadas
Por esta fruta de magia.
Por esta fruta de magia
Muita gente perde o tino
Vai comendo em demasia
Devorando-as sem destino.
Devorando-as sem destino,
Uma a uma ninguém contesta,
Cerejas de Maio são hino
Duma Natureza em festa.
Duma Natureza em festa
Em milhares de cerejais
No fim de Maio pouco resta
Culpa dos melros e pardais.
Cerejas de Maio primícias,
Cerejas de Maio-sorriso,
Entre sabores e delícias
Só há melhor no Paraíso…
Diz o povo no mês de Maio,
Delambido com gulodice,
Quem come a cereja é o gaio
Vamos caçá-lo à malandrice!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS