Bucólica
exalto as florestas coníferas
de agulhas longas e finas
próprias das regiões frias
ou temperadas do planeta
como nos cartões de natal
que guardo numa gaveta
para esquecer de todo o mal
queria poder plantar flores
em todas os lutos e horrores
poder cheirar e presentear
com singelos botões de rosa
impregnados de um doce aroma
que me lembrasse o amor refinado
tonto e inebriado das paixões
sou refém dos meus sólidos portões
que só abrem quando me sinto ilhado
sou sentinela atenta e impregnada
pelos aromas que voam à minha beira
os meus muros são brancos e silenciosos
por entre as ervas nasce uma trepadeira