Agonia
Escorre pelas minhas mãos o tempo
Sou só um espectro retido no espelho
Ante a visão do amor diluído
Estou só andando por ruas vazias.
Sou a lágrima que se perde no rosto
A penumbra fria do vitral monótono do tempo
Deixo a vida ao lado da escrivaninha
Para poder acordar chorando.
Visto sonhos perdidos ao anoitecer
Deixo-me carregar por lembranças da alma
Esqueço de dormi com a realidade dos dias
Vejo apenas o vulto da esperança que se esvai.
Embreago-me com resto de sentimentos
Durmo ao relento esqueço do tempo
Mas em minha boca ainda arde teu beijo
Recuo dos lábios que agora estão vazios.
Amanheço tentando explicar o por quê?
Relembrando a morte do amor meu
Descartando a rebeldia que tenta voltar
Visto minha vida tentando esquecer você.
Mas você insistir em atormentar os meus dias
Lembro ainda palavras e sonhos divididos
Estou agora voltando a viver no instante real
Esquecendo de mim e lembrando de você.
Edson Junior