A LOUCA EDIVIRGENS E SUAS PERIPÉCIAS
Edivirgens foi á feira, nada comprou.
Trouxe sacolas com roupas.
Que ela de uma comadre ganhou.
Embora fosse viúva.
Trazia na face a sutileza dos juvenis.
Consigo ao peito a medalha.
Do falecido soldado do Brasil.
Não tinha tantas garantias.
Vivia da costura e do soldo.
Um dia encontrou-se mais jovem.
Deixou-se aos braços de um franco galanteador.
Foram momentos de tudo ao extremo.
Diante a tal formosura, este lhe prestou o convite.
Três meses, casada, limpando a janela de seu apartamento.
Lembrou-se que pouco sabia daquele homem.
Decidira então por vasculhar as cooisas deles.
Até que encontrou algo que a fez sussurrar.
Seu príncipe, nem tanto trazia em meio a uma gaveta.
O seu salvo conduto.
Surpresa com aquilo, ela até pensou em jogar fora.
Aprontou o jantar como de costume.
Ali os dois conversaram sobre diversos assuntos.
De seus olhos, somente o marejar.
O homem dormiu agarrado a ela.
Mais quando acordou, não a tinha mais.
Junto do tal salvo conduto.
Um bilhete em letras que o fez chorar.
" Foram ótimo estes dias, meses, a seu lado, mais preciso de muito mais.
Preciso de alguém que me console nos dias frios.
Não se sinta culpado, eu sou a tal gélida nisso tudo.
Por favor guarde a raiva até amanhã, depois a jogue para bem longe.
Seja assim, feliz, eu ainda devo, tenho de pagar ".
O homem pegou, leu, releu, sentou, refletiu, compadeceu.
Momentos depois na porta de um bar.
Ele vê passar pela vitrine.
A baratinha louca a gritar.
Lá vai mais um.
Não, é mais uma.
Aquela antes lhe fizera feliz.
Agora ali no banco de trás.
É levada a um passeio infeliz.
30042019...................