Fantasia idílica

Ela amou o vizinho?
Foi uma paixão que nasceu de um olhar,
visto pelo retrovisor do carro dele.
Essa paixão virou fixação. Ela foi louca por ele.
Refletia ela na sua catarse pessoal (diário):
Neguinho, daria a ele todo amor que lhe dou;
queria ter sido a mulher dele.


E o amor do compadre? Ela se questionava.
Foi o segundo na conta de três...
Ele sabia que ela o queria.
Mas era muito mulherengo.
O amor por ele começou a morrer
depois que o poeta apareceu na vida dela.
Ela ama o Neguinho? Amava demais
e talvez devesse amá-lo ainda mais...
Ele lhe preenchia o corpo e a alma,
em todos os sentidos.

Era comedida ao escrever suas conquistas,
imprevistas e impostas;
e separava os três amores das aventuras:
aos meus amores o meu carinho,
aos outros as dores do meu caminho.


Ela não comparava ninguém ao poeta.
Dos três, dois amores ela nunca foi para a cama.
Platônicos, mas cheio de erotismo de sua parte,
mas eram amores castos.

Com o terceiro que virou o primeiro,
ela tinha quase tudo:carinho, compreensão,
apoio, atenção, respeito e sexo...
Que ela achava pouco, mas maravilhoso...
A melhor coisa do mundo, dizia ela.

Ela sabia que não havia comparação,
o Neguinho era o seu melhor e verdadeiro amor...
E o resto era pura fantasia idílica, platônica... e só!