Na beira do riacho
Um telhado desbotado, sequinho,
Todo sapé.
Paredes feitas de chão,
Pisado, bem amassado!
A taipa, cor do sertão.
Um gosto de caramelo,
Brancas, eram as flores jasmim.
Rosas de variadas cores,
Boninas e outras flores.
O quintal banhava-se em olores!
Um pequeno rio circundava o terreno
A agua era límpida e transparente
O riacho não tinha cheiro de esgoto!
Os peixes não morriam com o bucho cheio
De polietileno!
A cozinha era um fogão tisnado,
A lenha, madeira morte em brasa viva!
As labaredas lambiam a chaleira
E o cheirinho peculiar do café
Despertava os sentidos.
Os insetos, importantes e essenciais a natureza,
Não morriam impregnados de substancias toxicas!
As abelhas produziam o mais puro mel!
Os pássaros e os meninos saboreavam as frutas,
As plantas não tinham venenos!
Ele tinha um arco íris nas penas,
O velho dono do terreiro,
De vez em quando, cismava do gavião!
Abria e batia as asas, cucuritava,
Alertava o galinheiro!
As pessoas dormiam tranquilas
O sossego, era o barulho mais frequente
A paz, era a lei e o bem maior a todos nós!
Os estampidos das balas, nos novos dias
Não acordavam as pessoas!
Elas despertavam com o cantar dos galos.
A chuva deitava-se nas costas da serra
Os pingos quebravam-se nas folhas
Se espalhando, com o vento,
Sobre as belezas dos quintais!
Nos assávamos milho verde
E contávamos estórias.