O HOMEM PERDIDO
Fechar os olhos
E sentir a incerteza mordendo no peito
Com força
Com voracidade
E o vento lambendo a indagação
Não ter espaço nesse silêncio
A atmosfera comprimindo o ser
Vegetação agreste e faceira
Deixando a garganta amarela
Curtir o último sabor da vida
Ouvindo a canção exalada da pedra
Tragédias traçando e tragando um destino
O homem perdido entre o nascer
E o próximo passo
O abismo do inexistir abocanhando os sonhos
E lá se vai mais uma poesia
Que ninguém prestou atenção
Pobre mundo, pobre homem!