NOITE

NOITE

Um caco de lua,

Perdida no ar;

Um cheiro de acre,

Um cheiro de mar.

No escuridade sinto o vento,

Na praça a uivar;

Uma dor, um lamento,

Uma coruja a piar.

A débil luz,

Fraca, amarela;

A porta fechada,

Trancada a janela.

A dor da partida,

Uma estrala a brilhar;

O radio fanhoso,

Alguém a chorar.

A noite que chega,

Seus cheiros no ar;

Murmúrios da noite,

Alguém a sonhar.

*J.L.BORGES

*Poesia publicada no vôo independente nº 5 da AGEI-Porto Alegre RS

Ano de 2006-

Feira do livro