ADEUS AOS DEUSES
I
Os ventos anunciam, às deidades,
as suas vãs sepulturas, preparadas
no coração dos seus adoradores,
encobertas por dúvidas cruéis.
Aqui no campo, não existem Zéfiros,
não existem mais ninfas, entidades…
Os pastores só crêem no cajado
com o qual se defendem do vil Lobo.
A dúvida chegou ao povo simples,
aqui no campo não existem deuses,
as deidades morreram, atrofiaram
e feito carne podre, cheiram mal
às narinas descrentes; sem incenso,
poucas flores sobraram para os túmulos.