Catavento
No vale, próximo às montanhas nevadas
correm crianças, enlevadas, pela delícia
da relva, flores de multicores, permeadas
por borboletas e abelhas amarelinhas...
Lá mais longe, o catavento, rodando suas
hélices, e as crianças, correndo, entram por
suas portas enferrujadas, querem descobrir
o que tem lá dentro... muita poeira...
As aranhas, em suas teias, assustam;
e os ratos e morcegos, também...
As crianças saem correndo e rindo,
com medo e com nostalgia...
Ali dentro sentiram certa magia...
Abandono, solidão... melancolia...
Correndo pelas pradarias, as
crianças, meninos e meninas...
Pulando as moitas de mato mais alto,
gritando e rindo, rolando na relva;
crianças brincando, colhendo flores,
desceram, pra tomar banho no riacho...
Eram felizes e sabiam... A vida lhes
sorriria... eram felizes, brincavam...
A vida lhes surgiria, mais bravia...
Mas naquela hora, tudo era só alegria...