NOITE
NOITE
As poças dàgua,
Refletem teu olhar;
Enquanto a noite,
Deixa sua graça.
E a luz da esguia lua,
Desenha na vidraça;
A imagem dela,
Nua a levitar.
São tantas as estrelas,
Morrendo de ciúme,
Do riso dela,
Gracioso a iluminar;
Um riso suave,
Que faz a noite,
Sentir o seu perfume,
Disperso no ar.
E o poeta sonhador,
Recria cambaleante,
Versos à bela lua;
Momentos raros,
Estes ternos instantes,
Que as poças dàgua,
Despidas de magos,
Refletem pacientemente,
A imagem dela.
E outra vez revejo,
Estrelas em seu sorriso,
E a noite em seu olhar;
O ardente beijo,
O corpo que aliso,
Te juro amor, não dá,
Vontade de acordar.
*J.L.BORGES