FLOR NA BEIRA DA ESTRADA xxx
A direita o abismo.
A esquerda a estrada.
A frente o horizonte.
Única visão da que se fez menina.
Sensível, linda.
Pura e inocente.
Não conheceu a maldade
daqueles longínquos campos,
de solidão sem fim.
Somente o vento a contornou.
Somente a brisa a acarinhou.
Fixa no solo não viveu a liberdade.
Não soube simplesmente nada,
dos que se foram e dos que voltaram.
A velocidade os dominou,
Os fizeram insensíveis.
Um dia a chuva caiu.
Exuberante foi notada.
Foi no final da Primavera
Quase arrancada do solo
resistiu a tentativa.
O ser que tentou machucá-la
no ímpeto desistiu.
E por mais algum tempo ali ficou.
Aquela pequena flor,
finalmente completou sua importante missão,
a de embelezar aquele imenso e solitário espaço.
Murchou, secou e o vento a transportou pra eternidade.