As horas
A canção do vento espanta a solidão da manhã fria
As nuvens inibem os raios do sol
Mas alguns feixes transpassam o cinza no céu
E deitam-se sobre os telhados das casas.
O dia chegou-me cheirando a novo
Mas com as mesmas e velhas coisas de ontem,
Ás quais insistem em não me deixarem.
O que de novo há em mim, são só esperanças!
Aproxima-se um novo tempo,
E talvez, eu o seguirei com as suas novas horas.
O relógio agarrado a parede não me deixa esquece-las,
Elas me espiam, nada dizem!
Só passam, sem nenhuma pressa.
Não me importo muito com as horas,
Elas não me causam mal ou bem
Só passam e se passam,
São independentes do meu miserável querer!
E se me agarro a elas é porque não posso deixa-las para trás
E nem posso empurra-las mais à frente.
Passo com elas
Assim, como elas passam comigo
E passam por mim.