CHUVA INTRUSA
CHUVA INTRUSA
São noites de chuva em meu coração,
Trazendo no sonho a cor da ilusão;
Trazendo a lembrança de dias felizes,
Sem culpa e magoas roendo as raízes.
A chuva lá fora que molha os telhados,
Me trás nesta hora os momentos passados;
De um dia eu feliz correndo nos campos,
De meu coração, sem dor e sem pranto.
A chuva que bate em tantos telhados,
Me nega o presente e renega o passado;
Deixando a tristeza rasgar minha alma,
Molhando a semente que sempre me acalma.
Se quero eu nego que esperei esta chuva,
Molhando meu corpo, minha mente confusa;
Lembrando de amores que a tempos perdi,
Trancados em um cofre que não esqueci.
Porem não esqueço as magoas difusas,
Da alma cansada, instável e intrusa;
Escusa e calada ao alcance do mim,
Igual esta chuva, igual este fim.
*J.L.BORGES