Vermelho
Defronte a janela, eu os vejo,
Assim como as nuvens,
Que se apresentam mais além,
A palmácea e o telhado vermelho.
O vento passa lambendo as folhas verdinhas
E esfarrapadas da palmeira.
Um passarinho pousa sobre as verdes folhas
Abaixa-se, acomoda-se
Abre as asas e procura alguma coisa sob elas,
Eriça as penas, balança a cabeça
E fecha os olhinhos.
A ave não se espanta com o vai e vem das folhas,
Nem se importa com o vento,
Que de quando em quando
Levanta a sua plumagem.
O pardal não se incomoda
Com a paisagem no horizonte,
Se vermelha, se plúmbeo.
A noite se aproxima vagarosa e fria.
O sol, que ainda é desperto,
Com as cores e as nuvens,
Transmutam o teto azul do céu,
Expondo aos os olhos dos seres
A majestosa arte Divina.