Na beira do cais

Parceiros do mar, o navio e o marinheiro
se encontram no porto, por pouco tempo:
com saudade das águas, ficava o navio
e nos bares e boites, o garboso aventureiro.

Beijos eternos aconteciam na beira do cais.
O apito longo, saudoso, era o adeus do rapaz
que a moça perdia para o navio e para o mar
deixando saudade e os corações a sonhar.

Os marinheiros se quedavam nos amores absortos:
namoradas, ventres fecundados e o querer ver de novo;
mas o dever os chamava e os levava de volta do porto.

A farda azul, centenária, na beira do cais enfeitiçava corações...
Mas as chegadas e partidas do navio e do marinheiro
trazia e levava saudade das suas verdades e suas missões