Mais um dia amanheceu aqui.
Mais um dia amanheceu nessa cidade.
E todas as coisas estão sendo lá fora.
E um milhão de outras coisas estão se formando aqui dentro.
O gosto adocicado do Zolpidem na língua lembra que estou atrasada.
O sol lá fora diz que estou na contramão.
Minha cabeça se apega ao não e tenta seguir:
Não há dor que não se cure.
Entre todos os carros, seus gases, motores e pessoas.
Entre todos os "boa noite", "beijos", "sossega"...
Entre todas as vindas rompidas com o abrir dos olhos,
Prometidas ao tempo que cresce e nasce e se perde.
Toda manhã é um respiro para o meu desencanto.
E é força para minha fé.
E um desatino que enlaça...
Sempre quando não mais der.