Linha
Não vejo mais pétalas de rosa
Os pontos da linha torta
Meu trajeto em noite chuvosa
Pintados por mim, os quadros denunciam
As idéias que guiaram meus passos
E as lágrimas que escorriam
Uma grande volta, eu diria
Mas nada é certo, nem preciso
Aprendi a questionar o que eu cria
Mais uma crise, a conclusão mais crua
Consumidos pela rotina, todos esquecem
Que o explicável é apenas um lado da lua
Gosto amargo este do fracassar
Ouvia da porta vizinha, não via
Hoje sinto no osso, o agudo pulsar
Ainda e mais vivo do que nunca
Deixo-me rosas, sangrando a saudade
Pétalas agora, só na lápide
A linha, torta ou não, precisa continuar...