ÀS MARGENS DO JAGUARIBE
ÀS MARGENS DO JAGUARIBE
Jamais pensei que algum dia,
A esta altura da vida,
Passasse u’a tarde bendita
Plena de graça e magia.
É que pude ver, de perto,
Numa beleza sem par,
O rio a correr aberto
Docemente, a deslizar...
Os barquinhos vão singrando
Num desfile colorido...
Tais crisálidas voando
Sem destino preferido.
À luz do sol descambando,
As águas mudam de cor.
Tudo se torna mais santo
E eleva u’a prece ao Senhor!
Sons se evolam pelos ares...
Força eólica girando...
Os pássaros retornando
Aos ninhos, seus doces lares.
Que desejo, então, senti
De molhar os pés no rio,
Num contato bem sadio...
Impossível! Resisti.
Meu coração está feliz
Por viver este momento,
Paz e amor que sempre quis,
Com meu Deus no pensamento.
Tesouro que descobri,
Joia preciosa que há.
Reluz, incrustada aqui,
No sertão do meu Ceará.
*
Fortaleza, 10/09/2018
Maria de Jesus Araújo Carvalho.